Uma Aventura com o Dr. Mário Soares
Texto: Vasco Pulido Valente Fotografia: Público 1. No princípio de Janeiro de 1985 e estávamos em pleno «Bloco Central», quando pedi ao dr. Mário Soares que me respondesse a um questionário académico sobre o papel do Primeiro-Ministro. Não lhe falava desde 1979. Ele não tinha apreciado a Aliança Democrática e proclamara, em círculos indiscretos, que me achava «telhudo». Para meu espanto, ele disse que sim e, no encontro, foi extravagantemente amável. À saída, chegou mesmo ao excesso e requinte de ir comigo ao elevador do 2° andar de S. Bento e de me oferecer os seus inestimáveis serviços. Estas vénias, eram tanto mais prodigiosas, quanto ele não ignorava que o «telhudo» escrevia semanalmente sobre ele no Diário de Notícias, coisas celeradas e pérfidas, com o objectivo confesso de o remover de Primeiro-Ministro. Houve outros sinais: um sorriso cúmplice do dr. Almeida Santos que me inquietou; um beijinho público da dra. Maria de Jesus, que me sobressaltou; abraços efusivos de obscuros...
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