Porque correm os homossexuais? (Parte 3)
E ei-Ios que se lançam de novo em mais uma corrida. Desta vez a fuga. O medo. O vírus da SIDA - associado directamente pela castradora mentalidade cristã ao castigo das práticas altamente promíscuas no seio da comunidade gay - fá-Ios correr. Novamente são os primeiros: a ser escorraçados, apontados, identificados como potenciais portadores do vírus fatal. Mas essas histórias já todos conhecemos. Nos últimos cinco, seis, sete anos, têm enchido jornais, revistas em todo o mundo, têm pregado ao sofá da sala famílias inteiras. A homossexualidade volta à boca do povo, Satanás cai sobre S. Francisco e aquela que já tinha sido considerada como "paraíso gay" parece simbolizar agora a terra onde o "castigo de Deus" - "God is gay", a famosa frase que nos anos 70 se escrevia nas paredes de Manhattan, parecia ironia aos olhos dos pragmáticos cristãos - mais se fez sentir. Mas o que é que havia - e há - de novo em tudo isso? Nada.
A homossexualidade, como escreveu Regina Louro em 81 no último número da Raiz e Utopia, sempre se desenvolveu clandestinamente. Nos conventos onde monges e freiras foram, em nome de Deus, condenados à fogueira. Por outro lado - ainda Freud e Jung vinham longe - a perseguição psiquiátrica, iniciada em 1857 por Ambroise Tardieu, foi a tal ponto que o senhor doutor chegava e chagava a cabeça aos colegas para que examinassem o ânus dos suspeitos: se fosse infundibuliforme (expressão cónica para cú afunilado - o que será?) havia prova cabal e segura de que o rapaz, homem ou cavalheiro era pederasta. Não sei se foi assim que os nazis mais tarde distinguiram entre homossexuais e judeus, para decidirem quem pôr a estrela de David ou o triângulo cor-de-rosa, mas o facto é que com ou sem rabo afunilado, milhares e milhares de homossexuais (na altura não se falava em gays - também era coisa que eles não eram, ou não estavam, na altura: alegres) foram parar às câmaras de gás. Em prol da pureza da raça, aniquilavam-nos enquanto, na tranquilidade do lar - que mais não se tratava do que valentes festanças, para não dizer valentes orgias, com cerveja a rodo - se entretinham a dar uso aos belos corpos dos puros arianos. Práticas antigas? Banalidades. Não é preciso recuar até ao delírio nazi, penetrar nas razões de tal patologia, apontar sublimações a uma provável impotência de Hitler, ou a práticas sado-masoquistas do Füher (a própria Eva Braun escrevia nos seus diários que ele nem tirava as botas para fazer sexo), nem tão pouco aos delírios de Estaline que condenava a trabalhos forçados todos os que fossem identificados com práticas de pederasta. Basta recuarmos até hoje. Até ao Irão. Até à Roménia. Até à União Soviética. Onde a homossexualidade ainda é ilegal aos olhos da lei. Talvez os iranianos estejam agora com a cabeça muito ocupada com a Guerra do Golfo, com tomadas de decisão pró e contra Hussein, mas ainda ontem fuzilavam os homens acusados de procurar prazer nos corpos do mesmo sexo. Na URSS, se bem que as coisas estejam a mudar e questões maiores se levantem, ainda se sabe da existência de departamentos especiais dentro do KGB (em cada grande cidade da União) especificamente com a função de lutar contra a homossexualidade. Só em Maio último a Rússia pôde assistir à primeira conferência / encontro de gays e lésbicas, realizado em Tallinn; só em 3 de Agosto os russos tiveram a possibilidade de poder ler, na própria língua, um jornal especificamente feito para um público homossexual - chama-se Gay Pravda, oito páginas, uma tiragem de 85.000 exemplares, uma produção holandesa feita por jornalistas franceses, alemãs ocidentais e holandeses e chegou a Moscovo através dos transportes da Moscow magazine; foi desenhado para parecer o Pravda (jornal oficial do partido), trazia na capa o slogan "GAYS DF THE WDRLD UNITE" e promete nova edição já para Dezembro. Mas o que é que tudo isso tem a ver connosco, com este povo que toda a gente sabe ser de brandos costumes, de indecisões morais?
Cá, mais do que social, a homossexualidade é familiar. São problemas pessoais, movimentações pelo prazer ou existenciais. Não se reclamam publicações gays, nada de muito organizado que provoque muito alarido. É como se não se quisesse acordar uma moral adormecida (dos outros) com medo de depois não saber como lutar contra ela. Abrigam-se à sombra desse sono, integram-se como podem na sesta da besta, correm devagar nos circuitos habituais, entre os amigos comuns, os sítios já decorados. São como contratos a prazo as relações entre os homossexuais e a sociedade burguesa e cristã: a segunda fecha os olhos se a primeira fechar a boca, ou vice-versa, tanto faz. Não se diz à mãe ou ao pai que afinal já não vão ter o netinho tão desejado; não se diz ao patrão nem aos colegas que afinal as pernas da menina do snack não lhe dizem rigorosamente nada, que a rapariga com que costuma sair à noite não é namorada mas uma amiga que divide com ele os olhares cúmplices dos rapazes que se desejam; não se diz aos amigos de escola ou aos vizinhos de bairro que a conversa das "gajas boas" não lhes diz rigorosamente nada. Deixa-se essas conversas para quem sabe, aceita e até gosta de falar sobre isso. Há que respeitar o contrato e deixar a besta adormecida no seu olhar de quem vê e finge não ver. As conversas em surdina com os amigos ao telefone, os rapazes mais efeminados que às vezes aparecem lá por casa a visitar o filho, os namoros que escasseiam, o casamento que demora - no fundo, isso não chega para que ele seja homossexual! O engano é mútuo, mas tanto faz, a corrida faz-se lá fora. Cá, desconhecem-se casos de despedimento por se ser gay, violência homofóbica estruturada (tirando casos pontuais de skinheads), discriminação sexual organizada. Cá sabe-se depois, lê-se nos jornais, entre o acordar difícil da noite (e a noite é gay - alegre, bem entendido!) e o esperar pelo parceiro certo, porque correm os homossexuais. Cá corre-se para casa. Para a noite. Para a certeza de se encontrar aí o prazer escolhido. Nos bares, nos jardins, nos encontros fortuitos. Em último caso nas saunas, nas casas de banho, nos cinemas pornográficos, nos ginásios (de resto, influências que ainda permanecem dos anos 70 norte-americanos).
A pergunta permanece a mesma, eternamente. A mesma pergunta que Regina Louro formulou em 1981 e que hoje ainda é tão pertinente como em 63, 75 ou 90: "Porque correm os homossexuais?"
Em Montreal, desde o passado dia 15 de Julho que os activistas gays têm vindo a questionar a veracidade da fama que a sua cidade tem como tolerante face aos homossexuais. Motivo: o espancamento pelos polícias de alguns foliões que se animavam numa festa fora de horas, algures no centro da cidade. A confrontação terminou com oito prisões e cinquenta injúrias. No dia seguinte, duzentos activistas aglomeravam-se à porta da esquadra da polícia municipal. Mais injúrias. A polícia nega qualquer agressão e protesta contra festas fora de horas. A 29 de Julho, eram mais de dois mil os que se juntavam no parque da cidade para um rally de protesto.
A 10 de Agosto, junto às embaixadas argentinas de muitas capitais do mundo ocidental, um movimento anormal de pessoas. Motivo: os activistas gays, argentinos sobretudo, denunciavam a repressão que os gays deste país sul-americano sofriam por parte de organizações oficiais, policiais em particular. Segundo palavras de Rafael Freda à revista homossexual americana The Advocate, tem-se verificado na Argentina a prisão e a detenção de homossexuais durante um dia, "só porque se passeiam juntos (subentenda-se agarrados) pelas ruas".
Em Nova Iorque, um grupo treinado de lésbicas e gays começou a patrulhar as ruas de Manhattan durante os fins-de-semana. Motivo: a violência anti-gay, homofóbica, que ainda continua a fazer-se sentir na capital norte americana, sem que alguém lhe dê cobro. Querem fazer parar essa situação a qualquer custo. Chamam-se Pink Panthers (Patrol) e estão determinados a retomar as brumas e fazer valer a sua liberdade sexual, sem medos. Vestem t-shirts pretas com um triângulo rosa ao centro (sobre o qual é estampada uma pegada de pantera negra) e à primeira vista dir-se-ia tratar-se de uma equipa de softball. Mas não. De tropas se trata e, embora apregoem a não-violência e não exibam qualquer arma, estão mais do que decididos a fazer parar a onda de agressão homofóbica. Aí não se fala em New-age e Nirvanas, em casulos fáceis. A conversa é: sobreviver a qualquer custo. Patrulhando a cidade em grupos de oito a doze, equipados de walkie-talkies, câmaras e com um intenso treino em artes marciais na bagagem, querem deter os "sacanas" dos anti-gays (geralmente marginais de tenra idade que só atacam em grupo e indivíduos isolados), imobilizando-os até que a polícia chegue e tome conta da situação. Para eles, é a única solução possível para que pare, de uma vez por todas, a "festa" anti-gay.
Mas tudo isto não traz, em si, nada de novo. Porque correm os homossexuais? Porque correm os heterossexuais? Quem corre primeiro, quem corre atrás de quem? No fundo, quis a natureza que a realização do acto seja associada a um prazer; quis o homem que fosse esse prazer a suscitar o desejo, o movimento dirigido para o que "dá prazer". Quiseram ambos que uns se excedessem nessa procura e outros dela se abstivessem. Porque em questões de sexo - mesmo a da própria identidade - a única coisa fundamentalmente importante que distingue os indivíduos entre si é: de um lado os que procuram aí a razão primeira da sua vivência, do outro, os que fazem dela um objecto fóbico, ou que dela se abstêm por razões que dificilmente nomeiam. A corrida faz-se no sentido do acto e do prazer pelo acto e não na do objecto em que o acto se dá.
In K, nº2, Porque correm os homossexuais, Paulo Gomes, Novembro de 1990
A homossexualidade, como escreveu Regina Louro em 81 no último número da Raiz e Utopia, sempre se desenvolveu clandestinamente. Nos conventos onde monges e freiras foram, em nome de Deus, condenados à fogueira. Por outro lado - ainda Freud e Jung vinham longe - a perseguição psiquiátrica, iniciada em 1857 por Ambroise Tardieu, foi a tal ponto que o senhor doutor chegava e chagava a cabeça aos colegas para que examinassem o ânus dos suspeitos: se fosse infundibuliforme (expressão cónica para cú afunilado - o que será?) havia prova cabal e segura de que o rapaz, homem ou cavalheiro era pederasta. Não sei se foi assim que os nazis mais tarde distinguiram entre homossexuais e judeus, para decidirem quem pôr a estrela de David ou o triângulo cor-de-rosa, mas o facto é que com ou sem rabo afunilado, milhares e milhares de homossexuais (na altura não se falava em gays - também era coisa que eles não eram, ou não estavam, na altura: alegres) foram parar às câmaras de gás. Em prol da pureza da raça, aniquilavam-nos enquanto, na tranquilidade do lar - que mais não se tratava do que valentes festanças, para não dizer valentes orgias, com cerveja a rodo - se entretinham a dar uso aos belos corpos dos puros arianos. Práticas antigas? Banalidades. Não é preciso recuar até ao delírio nazi, penetrar nas razões de tal patologia, apontar sublimações a uma provável impotência de Hitler, ou a práticas sado-masoquistas do Füher (a própria Eva Braun escrevia nos seus diários que ele nem tirava as botas para fazer sexo), nem tão pouco aos delírios de Estaline que condenava a trabalhos forçados todos os que fossem identificados com práticas de pederasta. Basta recuarmos até hoje. Até ao Irão. Até à Roménia. Até à União Soviética. Onde a homossexualidade ainda é ilegal aos olhos da lei. Talvez os iranianos estejam agora com a cabeça muito ocupada com a Guerra do Golfo, com tomadas de decisão pró e contra Hussein, mas ainda ontem fuzilavam os homens acusados de procurar prazer nos corpos do mesmo sexo. Na URSS, se bem que as coisas estejam a mudar e questões maiores se levantem, ainda se sabe da existência de departamentos especiais dentro do KGB (em cada grande cidade da União) especificamente com a função de lutar contra a homossexualidade. Só em Maio último a Rússia pôde assistir à primeira conferência / encontro de gays e lésbicas, realizado em Tallinn; só em 3 de Agosto os russos tiveram a possibilidade de poder ler, na própria língua, um jornal especificamente feito para um público homossexual - chama-se Gay Pravda, oito páginas, uma tiragem de 85.000 exemplares, uma produção holandesa feita por jornalistas franceses, alemãs ocidentais e holandeses e chegou a Moscovo através dos transportes da Moscow magazine; foi desenhado para parecer o Pravda (jornal oficial do partido), trazia na capa o slogan "GAYS DF THE WDRLD UNITE" e promete nova edição já para Dezembro. Mas o que é que tudo isso tem a ver connosco, com este povo que toda a gente sabe ser de brandos costumes, de indecisões morais?
Cá, mais do que social, a homossexualidade é familiar. São problemas pessoais, movimentações pelo prazer ou existenciais. Não se reclamam publicações gays, nada de muito organizado que provoque muito alarido. É como se não se quisesse acordar uma moral adormecida (dos outros) com medo de depois não saber como lutar contra ela. Abrigam-se à sombra desse sono, integram-se como podem na sesta da besta, correm devagar nos circuitos habituais, entre os amigos comuns, os sítios já decorados. São como contratos a prazo as relações entre os homossexuais e a sociedade burguesa e cristã: a segunda fecha os olhos se a primeira fechar a boca, ou vice-versa, tanto faz. Não se diz à mãe ou ao pai que afinal já não vão ter o netinho tão desejado; não se diz ao patrão nem aos colegas que afinal as pernas da menina do snack não lhe dizem rigorosamente nada, que a rapariga com que costuma sair à noite não é namorada mas uma amiga que divide com ele os olhares cúmplices dos rapazes que se desejam; não se diz aos amigos de escola ou aos vizinhos de bairro que a conversa das "gajas boas" não lhes diz rigorosamente nada. Deixa-se essas conversas para quem sabe, aceita e até gosta de falar sobre isso. Há que respeitar o contrato e deixar a besta adormecida no seu olhar de quem vê e finge não ver. As conversas em surdina com os amigos ao telefone, os rapazes mais efeminados que às vezes aparecem lá por casa a visitar o filho, os namoros que escasseiam, o casamento que demora - no fundo, isso não chega para que ele seja homossexual! O engano é mútuo, mas tanto faz, a corrida faz-se lá fora. Cá, desconhecem-se casos de despedimento por se ser gay, violência homofóbica estruturada (tirando casos pontuais de skinheads), discriminação sexual organizada. Cá sabe-se depois, lê-se nos jornais, entre o acordar difícil da noite (e a noite é gay - alegre, bem entendido!) e o esperar pelo parceiro certo, porque correm os homossexuais. Cá corre-se para casa. Para a noite. Para a certeza de se encontrar aí o prazer escolhido. Nos bares, nos jardins, nos encontros fortuitos. Em último caso nas saunas, nas casas de banho, nos cinemas pornográficos, nos ginásios (de resto, influências que ainda permanecem dos anos 70 norte-americanos).
A pergunta permanece a mesma, eternamente. A mesma pergunta que Regina Louro formulou em 1981 e que hoje ainda é tão pertinente como em 63, 75 ou 90: "Porque correm os homossexuais?"
Em Montreal, desde o passado dia 15 de Julho que os activistas gays têm vindo a questionar a veracidade da fama que a sua cidade tem como tolerante face aos homossexuais. Motivo: o espancamento pelos polícias de alguns foliões que se animavam numa festa fora de horas, algures no centro da cidade. A confrontação terminou com oito prisões e cinquenta injúrias. No dia seguinte, duzentos activistas aglomeravam-se à porta da esquadra da polícia municipal. Mais injúrias. A polícia nega qualquer agressão e protesta contra festas fora de horas. A 29 de Julho, eram mais de dois mil os que se juntavam no parque da cidade para um rally de protesto.
A 10 de Agosto, junto às embaixadas argentinas de muitas capitais do mundo ocidental, um movimento anormal de pessoas. Motivo: os activistas gays, argentinos sobretudo, denunciavam a repressão que os gays deste país sul-americano sofriam por parte de organizações oficiais, policiais em particular. Segundo palavras de Rafael Freda à revista homossexual americana The Advocate, tem-se verificado na Argentina a prisão e a detenção de homossexuais durante um dia, "só porque se passeiam juntos (subentenda-se agarrados) pelas ruas".
Em Nova Iorque, um grupo treinado de lésbicas e gays começou a patrulhar as ruas de Manhattan durante os fins-de-semana. Motivo: a violência anti-gay, homofóbica, que ainda continua a fazer-se sentir na capital norte americana, sem que alguém lhe dê cobro. Querem fazer parar essa situação a qualquer custo. Chamam-se Pink Panthers (Patrol) e estão determinados a retomar as brumas e fazer valer a sua liberdade sexual, sem medos. Vestem t-shirts pretas com um triângulo rosa ao centro (sobre o qual é estampada uma pegada de pantera negra) e à primeira vista dir-se-ia tratar-se de uma equipa de softball. Mas não. De tropas se trata e, embora apregoem a não-violência e não exibam qualquer arma, estão mais do que decididos a fazer parar a onda de agressão homofóbica. Aí não se fala em New-age e Nirvanas, em casulos fáceis. A conversa é: sobreviver a qualquer custo. Patrulhando a cidade em grupos de oito a doze, equipados de walkie-talkies, câmaras e com um intenso treino em artes marciais na bagagem, querem deter os "sacanas" dos anti-gays (geralmente marginais de tenra idade que só atacam em grupo e indivíduos isolados), imobilizando-os até que a polícia chegue e tome conta da situação. Para eles, é a única solução possível para que pare, de uma vez por todas, a "festa" anti-gay.
Mas tudo isto não traz, em si, nada de novo. Porque correm os homossexuais? Porque correm os heterossexuais? Quem corre primeiro, quem corre atrás de quem? No fundo, quis a natureza que a realização do acto seja associada a um prazer; quis o homem que fosse esse prazer a suscitar o desejo, o movimento dirigido para o que "dá prazer". Quiseram ambos que uns se excedessem nessa procura e outros dela se abstivessem. Porque em questões de sexo - mesmo a da própria identidade - a única coisa fundamentalmente importante que distingue os indivíduos entre si é: de um lado os que procuram aí a razão primeira da sua vivência, do outro, os que fazem dela um objecto fóbico, ou que dela se abstêm por razões que dificilmente nomeiam. A corrida faz-se no sentido do acto e do prazer pelo acto e não na do objecto em que o acto se dá.
In K, nº2, Porque correm os homossexuais, Paulo Gomes, Novembro de 1990
Comentários
resta.me pouco a dizer.
simplesmente acho que a resposta a essa pergunta deveria ser facil. mas no entanto cada vez acho que ha uma notoria dificuldade em responder a tal.
o mundo em que (fingimos) viver.
"se disso não falarmos, isso não existe".
palavras para que? no fundo fogem para que nada deles exista. no fundo, fogem para nao terem de fugir.
acho que e de nos todos que deve vir a iniciativa de realemente dizer, as pernas dela nao me dizem nada, e nao, nao vos vou dar netos. acho que e a nossa responsabilidade que deveria falar mais alto, e nao um desejo fugaz de um corpo igual ao nosso.
parabens pela mensagem.